CARTA AO AMIGO NÚMERO 01

por CorujaJF
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Você é o mais especial. Você é o amigo número 01. Aquele que jamais falhou na amizade e sempre quis o bem. Aquele dedicado que quer o melhor, ainda que segundo somente a sua visão. Aquele genial que não se esmorece, que não desiste, que não capitula, não se entrega, tinhoso e que briga pelo amigo e pelo certo, ainda que somente por sua visão. Aquele que tem facilidade para compreender aquilo que se dedica, como ninguém, ainda que somente por seu talento. Aquele que fala com propriedade e que pede socorro silenciosamente, dentro de uma ostra e de uma concha acústica fechada. Não para de ouvir, mas parou de falar depois de muito tempo de conversa. Daí parou de ouvir ...

 

Você é o mais especial. Você é o amigo número 01. Aquele que jamais falhou na amizade e sempre quis o bem. Aquele dedicado que quer o melhor, ainda que segundo somente a sua visão. Aquele genial que não se esmorece, que não desiste, que não capitula, não se entrega, tinhoso e que briga pelo amigo e pelo certo, ainda que somente por sua visão. Aquele que tem facilidade para compreender aquilo que se dedica, como ninguém, ainda que somente por seu talento. Aquele que fala com propriedade e que pede socorro silenciosamente, dentro de uma ostra e de uma concha acústica fechada. Não para de ouvir, mas parou de falar depois de muito tempo de conversa. Daí parou de ouvir ...

Confessará sua aflição contra o mundo. Meu amigo, você também é o mundo.

Um amigo de verdade, que a distância jamais separou e a conversa parece que não parou, mas certamente continuou, mesmo depois de dez, quinze, vinte anos, mais de trinta anos e que continuará assim entre vidas, depois das vidas...

Aquela chama azul que dedilhava matos, águas e ares, luas e sóis,a concretude no abstrato, um poeta do som, das sonoridades e que sabe traduzir o que ouve da natureza, uma tempestade dentro da bonança, uma bonança traduzida em sons tempestuosos, harmônicos, lentos dentro da rapidez ,  que nos ascende a todos naquele patamar de céu inalcançável , se não fosse o amigo número 01.

Madrugadas e madrugadas, para traduzir a lua e o amanhecer.

Entre o dó e o si existe um mundo inteiro, em cada semitom, em cada coma, em cada nuance, muitas frequências, não  há som pela metade , somente inteiro, tudo natural , muitas cores e não se deve tocar apenas o si . Há de se estudar o dó mais grave e profundo e assim por diante, para que seja livre e entenda o que somos nós e qual seria a nossa participação neste mosaico , onde cada um completaria o outro, se ouvíssemos mais os gênios dos sons , da natureza , do cosmos, das luzes, dos quasares  , dos tradutores Mozarts e Bachs , Wagners e Beethovens, Chopins e Mahlers ...

Das sete camadas eletrônicas, de K a Q, de todas as cores dos infinitos arco-íris têm grandes mundos e que há anjos e santos que conseguem ver a Terra do jeito que ela é e não azul, mas laranja talvez laranja. Olhos espirituais. Depende do ponto de referência e se para o bem ou para o mal, se para o que há de ideal impossível ou para o real possível, mas sempre para o bem e jamais para desvirtuar! Todo o aprendizado obtido na Terra, de seis a dez mil anos e que veio do Oriente e que desaguou no Ocidente. Depois de lá para cá, tivemos o de cá para lá.  Eles talvez sejam surdos de algumas nuances e nós certamente seremos para outras frequências e o que nos une é a boa sintonia do coração fraterno e solidário, compreensivo e que interpreta sempre pelo lado positivo como cautela, sem acreditar que não exista o negativo, como defesa.

A atenção ao caso concreto é a variação do tema, nesta grande ópera blues, na onda rock, sendo que o jazz será o nosso modo de tocar a vida, que poderá ser clássica dentro de uma  modernidade nem tão erudita assim ... Não temos mais tempo que tínhamos.  

Sua saga é a minha saga, e nos entenderemos se conversarmos com os corações leves e sem cérebros pesados, mas com a mão estendida no mar, na terra ou na lama depois da jornada, nos céus se aprendermos a voar com os ouvidos que interpretem o verdadeiro e real, por sons que vêm do divino e não dos falhos e pecadores interesseiros.

Meu amigo número 01.

Meu amigo especial número 01, que jamais será abandonado em momento algum, desde que se peça, que se permita, que se ilumine com o olhar de criança que sempre teve dentro de si e que iluminou os amigos ao redor e que percorreu tudo desde o dó.  Perdoe-se pela maneira ranzinza e obstinada. Perdoe quem não o entenda. Volte a sorrir e compreender que o outro possa ser livre de outro modo diferente e lhe respeitar, sendo respeitado e somente o diálogo trará a eloquência de uma sinfonia. 

Nossa dialética, em debate sem retórica alguma,  será um Jam Session esplendoroso e eterno , lá da origem como eco, sem reverberação excessiva, sem ressoar as distorções desnecessárias,  sem delays que  não importam tanto naquele tema e atrasos necessários virão. Sete metros de distância para voltar o som integral que foi falado e repetido, entendido então. Sete metros de si mesmo, olhe o sete novamente... 

Distanciar de si mesmo e se o seu olhar vier do alto, onde já esteve,  lhe dará a mão com o seu passado sábio escondido...

Conserva amor! Não conservar a dor!  Livre para pensar como queira e deixar o outro voar sem conservar a dor por não ouvir mais o seu amor. O aprendizado da amizade é o mais bonito e o despertar é um expelir venenos que tiram as dores do corpo todo e faz o espírito voar, como aquela sabida endorfina depois da ginástica, tão necessária.

Os ouvidos têm de ouvir e a alma serena interpretar, o cérebro é para cálculos de sobrevivência e sem a asa do amor não se voa se só tiver cérebro que não tolera, por outro lado sem a asa da inteligência espiritual, emocional, também não voará se só tiver aquele ingênuo amor que só tolera e não compreende o  outro prisma. O espírito desarmado não usará arma alguma, só se for para se defender ou aos seus e, enfim, se libertará!

O fora não pode viver lá dentro o tempo todo, só o suficiente para o dentro viver lá fora, caminhando e sorrindo, sem o sufoco da clausura de um quarto ou uma sala.

Somos os melhores Mestres daquilo que precisamos ainda aprender, já disse algum grande Mestre anônimo algum dia. O problema dos especialistas é que são especialistas em monólogos e não em diálogos com toda a História e com toda a Filosofia.

Nossa vida é feita de múltiplas dimensões dentro de multiversos para aprendermos e que nos resultará num mundo fechado dentro de uma ostra. Quando nos escondemos do externo, não expandimos o universo inteiro de sonoridades ...

Quando expandimos, lá do fundo, aparecem nas mostras, nos shows, nos encontros, nas calçadas, nos nossos pequenos palcos,  todos os cristais, os sons harmônicos, dissonantes e belos, no conjunto e no tempo diminuto que vivemos naquele instante,  quando recriamos tudo que vimos e ouvimos  para as criaturas entenderem o que é a poesia, Filosofia ou a música.

Com um passo adiante, muitos compassos. Grandiosos diminutos ... em segundos, horas e minutos, um tempo total !

Meu amigo especial número 01 é você.

Minha mão está aqui, e basta só chamar para lhe ouvir, para que possa me escutar e lhe auxiliar a colocar para fora toda esta imensidão genial, guardada e escondida que ainda não foi revelada.  O universo espera por você, meu amigo número 01, para complementar o mosaico.

Na Eternidade , lá estaremos também.

Abraços do amigo que também quer ser o seu amigo número 01!

E de todos nós!

De todos os outros amigos que também são o número 01 em algo peculiar e especial modo de ser, ainda que diverso e que existirão ,para sempre , em todo o Universo ...

Abraços do CORUJAJF

Juiz de Fora, 12 de dezembro de 2017.

João Carlos de Souza Lima Figueiredo