Domingo, 3 da tarde de um dia de 2010.

Viu por uma janela !!! Viu que aquele senhor estava, de costas, contando um dinheiro que estava guardado dentro de um livro.

Pegou outro e viu uma foto e começou a fitá-la sem parar e, sua posição, curvada, denotou carinho e saudade...

Domingo, 3 da tarde de um dia de 2010.

 

Viu por uma janela !!! Viu que aquele senhor estava, de costas, contando um dinheiro que estava guardado dentro de um livro.

Pegou outro e viu lá dentro  uma foto e começou a fitá-la sem parar e, com sua posição curvada , denotou carinho e saudade.

 

As crianças brincavam com o cachorro e apenas esta pessoa, que devia ser um parente, o vira passeando os dedos agora pelos discos, fitas e outras fotos.

 

Deu impressão, para quem estava apenas a esperar uma conta de gás ser paga, que era viúvo ou que ficou sozinho com netos e bisnetos, enquanto os seus filhos trabalhavam fora.

 

O parente se afastou da janela e ele veio até o rapaz da conta e perguntou quanto era o valor  e o corredor se encheu de luz com aquele olhar cor de água, sorriso cativante e trajado elegantemente, recebendo-o como um amigo que morasse distante e que há muito não via.

 

Pagou.

 

Em seguida, montou na moto e conseguiu ver o rapaz abraçado nele, entrando dentro de casa, os dois felizes por algum motivo e pensou: como é bom ter aquele sobrinho ou neto para se interessar por ele! Um camarada excepcional...

Ficou curioso com o que ele se emocionou, talvez tenha lembrado de algo, com aquele jeito de saudade e postura de tristeza!  Disse a si mesmo: quando chegar o final de semana, visitarei o meu avô... e foi embora sorrindo também...

 

Abraços do CORUJAJF

Juiz de Fora , 10 de outubro de 2010.

João Carlos de Souza Lima Figueiredo